08/06/2009 - 07h03

Diretoria admite pressão interna e Luxa apela ao passado para 'segurar' cargo

Bruno Império
Em São Paulo

O Palmeiras voltou a jogar mal no último domingo e, não fosse uma virada heroica empurrada pelas mais de 16 mil pessoas que estiveram no Parque Antarctica, a equipe alviverde alcançaria o seu sexto jogo consecutivo sem vitória nesta temporada. Ante os maus resultados, já se costura nos bastidores do clube um grupo que pede a saída do técnico Vanderlei Luxemburgo. A própria diretoria admite a pressão interna, e o treinador apela ao seu histórico para defender sua manutenção no comando do time.

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A irritação de parte dos conselheiros - e até mesmo de membros da diretoria - chegou ao seu ponto alto após o empate por 1 a 1 com o Nacional (URU) pelas quartas de final da Libertadores. Após ser vaiado por parte da torcida alviverde, o treinador disparou contra as arquibancadas e reclamou da falta de apoio do público no Parque Antarctica. O treinador ainda criticou o elenco palmeirense, dizendo que faltava ao time um jogador capaz de decidir.

Após a partida contra o Vitória, na qual Luxemburgo mais uma vez foi bastante criticado e novamente alvo de vaias, o treinador fez queixas sobre a pressão interna que mira sua cabeça.

"Eu não sou qualquer treinador. Tenho uma história e existe certo tipo de cobrança que irrita. Não dá para aceitar cobranças incoerentes. Não é que eu não aceito crítica. Eu aceito. Mas eu tenho que rebater a crítica. Estão esquecendo que tenho uma história no futebol. Mas tudo bem. Quanto mais eu tomo porrada, mais eu cresço", disse o treinador.

A pressão interna pela saída de Luxemburgo foi confirmada pelo vice-presidente de futebol do Palmeiras, Gilberto Cippullo.

"Algumas pessoas dentro do clube realmente não estão felizes com o Luxemburgo, estão reclamando. Mas nós do departamento de futebol estamos fechados com ele. O Palmeiras fez partidas boas este ano e também fez partidas ruins. Mas estamos aí brigando em todos os campeonatos que disputamos. O que vale é o resultado, não é? Não estamos dando show. Ninguém dá. Mas os resultados estão aparecendo", disse o dirigente.

Consciente de sua situação e do apoio que recebe do departamento de futebol, Luxemburgo minimiza as críticas que recebe: "Quem já teve sua vida e sua família investigada por uma CPI. Quem passa por uma CPI como eu passei, não pode se importar com uma crítica", completou o treinador.

Luxemburgo também conta com o apoio do elenco alviverde. Após o segundo gol sobre o Vitória, alguns jogadores foram até o banco de reservas comemorar com o técnico. "Ele [Luxemburgo] está sendo muito criticado, mas está fazendo o trabalho dele. E o grupo está fechado com ele", afirmou o zagueiro Maurício Ramos, autor do gol da virada sobre o time baiano.

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